quarta-feira, 27 de junho de 2012

ANÁLISE DO PROJETO

O projeto Arte como Terapia para Deficientes Físicos e Mentais,” foi extremamente importante para mim, pois foi um grande aprendizado, foi onde eu pude perceber a grandeza da arte nas pessoas e com isso trouxe um apanhado de conhecimento para a minha vida acadêmica como profissional, o projeto teve como objetivo o ensino e aprendizagem em Artes envolvendo a interdisciplinaridade entre a arte e a saúde, visando proporcionar informações e conhecimento, através de atividades práticas de pintura e desenho.
Com projeto aprendi e me surpreendi, pois trabalhar com crianças portadoras de deficiências é grandioso, uma vez que elas são muito verdadeiras, aprendi com meus erros a planejar e entender as necessidades encontradas em aplicar o projeto, pois sabemos que sempre existem dificuldades e facilidades no meio em comum, e uma das minhas dificuldades foi que eu não sabia como me comunicar com alguns que tinham deficiência na audição, então eu dependia das interpretes para explicar para eles o que eu estava dizendo.
Deste modo, ao fazer uma analise do projeto, posso descrever que foi uma experiência única e regeneradora, pois ao considerar a felicidade e a vitalidade em que as crianças têm em pintar e se sentir importantes foi muito gratificante, perceber o desenvolvimento de cada um foi realmente uma terapia tanto para eles como para mim.
Segundo a frase de Jung “Pintar aquilo que vemos diante de nós é uma arte diferente de pintar o que vemos dentro de nós” (Jung), então essa frase faz uma referência a arte que existe dentro de cada ser humano, que ela pode ser expressada e compreendida.

 
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domingo, 17 de junho de 2012



          O referido relatório tem por finalidade relatar a experiência na execução do Projeto “Arte Como Terapia para Deficientes Físicos e Metais.” e expor suas etapas e desenvolvimento. No dia treze de junho de dois mil e doze dei inicio a execução do projeto no Centro de Referência de Assistência Social – CRAS Viver Bem no período da manhã, o projeto teve a participação de interpretes em linguagem sinais e professoras acompanhantes.
Primeiramente iniciei a execurção do projeto com a apresentação e apresentando o meu Projeto “Arte Como Terapia para Deficientes Físicos e Metais” para as crianças, enfatizando que era um projeto interdiciplinar que tinha como objetivo o ensino e aprendizagem em Artes envolvendo a interdisciplinaridade entre a arte e a saúde, visando proporcionar informações e conhecimento, através de atividades práticas de pintura e desenho.
Logo após, apresentei o panfleto e o Slide Arterapia” produzido por mim e com algumas citações pesquisas retiradas da web, em seguida expliquei de forma sucinta a arterapia para as crianças e os demais presentes, as crianças ficaram em silêncio apesar de seus deficiências, é valido ressaltar que eram crianças com faixa etaria de 10(dez) a 13(treze) anos e deficiências diferentes, alguns eram surdos, outros com deficiencia mental, com sindrome de down, dentre outras.
Logo em seguida, realizei um  momento de descontração, pois pude pecerber que os mesmos estavam muito timídos, então os convidei para brincar e perguntei as interpretes o que eles mais gostavam de fazer e elas relataram que eles gostam de cantar a música do atirei o “pau no gato”. Assim todos juntos cantamos e depois sentamos para fazer a prática do desenho e pintura, iniciei a distribuição dos materiais para as crianças e pedi para que elas desenhase ou pintasse o que estavam achando ou sentindo ao estar ali conosco. E elas produziram desenhos e experiências fantasticas ao misturar as cores.
 Uma das dificuldades encontrada na aplicação do projeto foi que eu não sabia como me comunicar com alguns que tinham deficiência na audição, então eu dependia das interpretes para explicar para eles o que eu estava dizendo. Ao término da parte prática fizemos uma exposição para que todos pudessem apreciar.
Deste modo, ao refletir sobre a execução do projeto, posso descrever que foi uma experiência única e regeneradora, pois ao analisar a felicidade em que as crianças têm em pintar e se sentir importantes foi muito gratificante, perceber o desenvolvimento de cada um foi realmente uma terapia tanto para eles como para mim.
         Em anexo algumas fotos da execução do projeto.

domingo, 3 de junho de 2012

Ensaio Fotográfico do Centro de Referência de Assistência Social - CRAS, onde será aplicado o meu projeto


CRAS

Salas do Projovem

Local para descontração

Frente da Instituição


sábado, 2 de junho de 2012

Material didático de apoio para explanação ao Projeto Arterapia

Versão Final do Projeto





Título: Arte como terapia para deficientes físicos e metais.
Autoria: Angelina dos Santos Angelim.
  1. Apresentação:
             O referido projeto tem como tema a “Arte como terapia para deficientes físicos e metais” com o objetivo de ensino e aprendizagem na interdisciplinaridade entre a arte e a saúde, visando proporcionar através da pintura e desenho uma terapia, um prazer para crianças e adolescentes deficientes que fazem parte da Associação dos Deficientes Físicos de Tarauacá.
             Entretanto o projeto busca os conceitos e práticas em torno da arte como terapia e fonte de cultura, procurando assim a interação entre o sujeito (criador), o objeto de arte (criação) e serão ministradas através orientações, conversa informal, prática do desenho e pintura e conhecimento de algumas obras de artistas como Wassily Kandinsky e Van Gogh.
  1. Motivação:
Segundo algumas pesquisas “A Arte-terapia é um processo terapêutico que se serve do recurso expressivo a fim de ligar os mundos internos e externos do indivíduo, através de sua simbologia. Variados autores definiram a Arte-terapia, todos com conceitos semelhantes no que diz respeito à auto-expressão. É a arte livre, unida ao processo terapêutico, que transforma a Arte-terapia numa técnica especial”.
            O tema escolhido Arte como terapia para deficientes físicos e metais, foi inspirado através da convivência com diversos públicos, pois notei que os deficientes ainda são pouco valorizados, ou seja, ainda são excluídos de diversas atividades recreativas. Desta forma aproveitei a oportunidade de estar proporcionando a este público a arte e suas sublimes transformações.

  1. Objetivos
Objetivo Geral:

Possibilitar conhecimento e aprendizagem sobre a arte e a pintura, de forma clara, objetiva e prática, utilizando a técnica da pintura e do desenho. Redescobrindo na arte a interdisciplinaridade.
Objetivos Específicos:
ü      Transmitir aprendizagem;
ü      Produzir desenhos e pinturas através da percepção emocional;
ü      Refletir sobre algumas obras de artistas renomados;
ü      Expor os desenhos e pinturas produzidas.
ü      Estimular a arte dentro do cotidiano.
4. Público alvo:

         O projeto terá como público alvo crianças e adolescentes portadoras de deficiências e necessidades especiais que fazem parte da Associação dos Deficientes físicos de Tarauacá, onde será realizado um pequeno encontro com os mesmos no Centro de Referencia de Assistência Social - CRAS.

5. Metodologia:

          A minha metodologia acontecerá nas seguintes etapas:
1ª etapa: Primeiramente irei apresentar o tema Arte como terapia para deficientes físicos e metais, em seguida irei fazer uma conversa informal para colher conhecimentos prévio sobre o assunto a ser tratado.
2ª etapa: Explicar conceitos básicos da pintura, cores e artistas renomados.
3ª etapa: Fazer uma dinâmica para descontrair e mostrar através de slide algumas obras de Wassily kandinsky e van gogh.
4ª etapa: Distribuir os materiais a serem trabalhados como: papel vergê, tinta guache, pinceis, lápis e giz de cera. Logo após colocá-los para desenvolver a prática da pintura e desenho.
5ª etapa: Expor em mural as produções artísticas.

6. Instrumentos, materiais e técnicas a serem utilizados:
Os materiais que serão utilizados nas produções das obras são:
ü      Papel vergê;
ü      Tinta guache de diversas cores;
ü      Pinceis pequenos;
ü      Lápis 2B;
ü      Giz de cera.
Recursos necessários
ü                          Slides;
ü                          Data show;
ü                          Notebook;
ü                          Mural informativo.
Sites Visitados:
http://arteesaude.com.br/ acessado no dia 21/04/2012
Roteiro do Projeto
Título: Arte como terapia para deficientes físicos e metais.
Discente: Angelina dos Santos Angelim.

1.      Apresentação:
             O projeto tem por objetivo a interdisciplinaridade entre a arte e a saúde, visando proporcionar através da pintura e desenho uma terapia, um prazer para crianças e adolescentes deficientes que fazem parte da Associação dos Deficientes Físicos de Tarauacá.
             Entretanto o projeto em si busca conceitos e praticas em torno da arte como terapia e fonte de cultura, e serão ministradas através orientações, conversa informal e prática do desenho e pintura.
2.      Motivação:
             O tema escolhido Arte como terapia para deficientes físicos e metais, foi inspirado através da convivência com diversos públicos, pois notei que os deficientes ainda são pouco valorizados, ou seja, ainda são excluídos de diversas atividades recreativas. Desta forma aproveitei a oportunidade de estar proporcionando a este público a arte e suas sublimes transformações.
3. Objetivos:
          Proporcionar conhecimento sobre a arte e a pintura, de forma clara, objetiva e prática, utilizando a técnica da pintura e do desenho.
4. Público alvo:
         O projeto terá como público alvo crianças e adolescentes portadoras de deficiências e necessidades especiais que fazem parte da Associação dos Deficientes físicos de Tarauacá, onde será realizado um pequeno encontro com os mesmos no Centro de Referencia de Assistência Social - CRAS.
 5. Metodologia:
          A minha metodologia acontecerá nas seguintes etapas:
1ª etapa: Primeiramente irei apresentar o tema Arte como terapia para deficientes físicos e metais, em seguida irei fazer uma conversa informal para colher conhecimentos prévio sobre o assunto a ser tratado.
2ª etapa: Explicar conceitos básicos da pintura, cores e artistas renomados.
3ª etapa: Fazer uma dinâmica para descontrair e mostrar através de slide algumas pinturas e desenhos.
4ª etapa: Distribuir os materiais a serem trabalhados como: papel vergê, tinta guache, pinceis, lápis e giz de cera. Logo após colocá-los para desenvolver a prática da pintura.
5ª etapa: Expor em mural as produções artísticas.
6. Instrumentos, materiais e técnicas a serem utilizados:
Os materiais que serão utilizados nas produções das obras são:
ü      Papel vergê;
ü      Tinta guache de diversas cores;
ü      Pinceis pequenos;
ü      Lápis 2B;
ü      Giz de cera.
Recursos necessários
  •  Slides;
  • Data show;
  • Notebook;
  • Mural informativo.
7. Referencias:
BARBOSA, A. M. Tópicos utópicos. Belo Horizonte: C/Arte, 1998.
CASTRO, E. D. Atividades artísticas e Terapia Ocupacional: construção de linguagens e inclusão social. 2001. 326fls. Tese (Doutorado em Ciências da Comunicação). Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2001.
Sites Visitados:
http://arteesaude.com.br/ acessado no dia 21/04/2012.
http://www.youtube.com/watch?v=4f4dRvVpIhs acessado no dia 21/04/2012.

Como ensinar por projetos

O artista plástico Ismael Marins promoveu no Programa de Erradicação do Trabalho Infantil-PETI o projeto de desenho/pintura denominado "Projeto Arte Educa". Este projeto é uma parceria entre o PETI e a Associação dos artistas das Artes Visuais do Acre - AVAC. Este projeto tem como principal finalidade, dá oportunidade aos jovens educandos que frequentam o PETI em aprender as artes de desenhar e pintar. Um importante objetivo também do projeto será revelar novos talentos no município de Tarauacá. No futuro, muitos desses educandos irão, no futuro, seguir uma carreira de artes plásticas. Se tornando assim, um profissional.
 Ismael Martins é um dos mais renomados artistas plástico do Acre. Já foi premiado em diversos salões de artes estaduais, e com obras vendidas no Brasil e no exterior. Seus quadros estão expostos na galeria virtual e também no seu ateliê, localizado no bairro da Praia, segundo o artista plástico Ismael Martins. "A parceira com o programa de Erradicação do Trabalho Infantil-PETI é um grande avanço no desenvolvimento da arte no município de Tarauacá".
 O principal financiador do projeto é a Prefeitura de Tarauacá. Dando oportunidades às pessoas que não tem acessos a arte. Os recursos são provenientes do PETI. “Estamos realizando uma parte de nossas ações para os jovens participantes do grupo de convivência do PETI”.

Titulo: Signo Peixes
Técnica: Acrílico sobre tela;
Dimensões: 100 x 100 cm;
Artista: Ismael Martins;
Tempo de execução: 10 horas;

Titulo: Signo ÁriesTécnica: Acrílico sobre tela;
Dimensões: 100 x 120 cm;
Artista: Ismael Martins;
Tempo de execução: 10 horas;



O texto escolhido esta relacionado a arte e a saúde, após algumas pesquisas na web encontrei vários textos relacionados ao tema e o que mais me chamou atenção foi o artigo escrito pela Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo.

Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo
Versão ISSN 1415-9104

Rev. Ter. Ocup. Univ. São Paulo v.20 n.3 São Paulo dez. 2009
 
ARTIGOS ARTICLES
EXPERIÊNCIAS DO PACTO
 
Laboratório de Estudos e Pesquisa Arte e Corpo em Terapia Ocupacional: pesquisa, formação e atenção à saúde.
Em 1996, terapeutas ocupacionais, que anteriormente haviam participado de diferentes experiências profissionais relacionadas de modos distintos aos movimentos acima citados, criaram o Laboratório de Estudos e Pesquisa Arte e Corpo em Terapia Ocupacional no Curso de Terapia Ocupacional do Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Credenciado como Grupo de Pesquisa do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq), o Laboratório tem uma equipe constituída por docentes e terapeutas ocupacionais, com especializações e pós-graduações em campos interdisciplinares, que compõem o trabalho conjunto com estagiários de Graduação em Terapia Ocupacional, bolsistas de Programas internos da Universidade de São Paulo e de Agências Públicas de Fomento à Pesquisa (FAPESP e CNPq).
A atuação deste grupo vem produzindo metodologias de trabalho na interface das Artes e da Saúde, que estão sendo estudadas e pesquisadas, incrementando o conjunto de conhecimentos e de tecnologias neste campo e provocando mudanças nos paradigmas das ações em saúde, em educação e na produção artístico-cultural, potencializando a formação de alunos na graduação em Terapia Ocupacional e de outros profissionais das Artes, da Saúde e da Educação.
Trata-se de um trabalho que considera as situações limites vividas por sujeitos e populações que, mesmo no enfrentamento de estados clínicos e/ou de desvantagem social, não deixam de encontrar um fio que articula fragmentos de suas histórias a momentos criativos que dão origem a produções artísticas e imprimem transformações fundamentais a suas vidas. Desenhos, pinturas, modelagens, colagens, músicas, poesias, textos, narrativas, construções inusitadas, danças, performances, entre outras manifestações artísticas presentes na produção e na vida destes sujeitos e grupos singulares desencadeiam um movimento de encantamento e reflexão sobre o fundamental trabalho cotidiano de atender estas pessoas em terapia ocupacional. O olhar atento e o cuidado destes profissionais com as atividades realizadas também auxiliam no processo de inclusão sociocultural destas populações (CASTRO, 2001).
No cotidiano das práticas desenvolvidas enfrenta-se o desafio da construção de um conhecimento crítico e inovador capaz de articular múltiplas ações que situem a clínica da terapia ocupacional para além da fragmentação do saber, tão freqüente na área da saúde. A interdisciplinaridade é um pressuposto contemporâneo na consolidação desta área, e exige estudos que integrem outros campos do conhecimento - biológicos, psicológicos, antropológicos e sociais, exercício que Edgard Morin nomeia como um trabalho biopsicoantropossocial. Abrangência que para ser construída necessita de um trabalho por etapas aproximativas, configurando uma rede interligada de conceitos, onde não há uma hierarquia, mas o estudo de conceitos mutuamente consistentes, permitindo-nos abordar os problemas de forma a favorecer avanços e as inventividades necessárias. Este processo exige a presença de diversas pessoas que coletivamente estudem esta forma de abordagem para construção do conhecimento científico contemporâneo (MORIN apud CARVALHO, 1992).
Para tanto, o Laboratório foi estabelecendo parcerias com experiências e projetos que se constituem na interface da Arte e da Saúde, o que permitiu ampliar o campo assistencial e o número de pessoas beneficiadas com práticas nesta fronteira. Os projetos e instituições parceiros, ao longo do tempo, foram: o Museu de Arte Contemporânea da USP; os projetos de arte-educação da Associação Morungaba; a Escola de Música Sônia Silva; a Companhia Teatral Ueinzz; a Companhia de Dança Ingoma; as oficinas artísticas da Associação Brasileira de Assistência ao Deficiente Visual Laramara; Coral Cênico Cidadãos Cantantes; Atelieur Bricoleur; Centro de Convivência e Cooperativa Parque da Previdência; o Centro de Atenção Psicossocial - Lapa e o Centro de Cultura Popular Consolação. São diversos equipamentos de importância social e cultural que imprimem um caráter de rede às ações desenvolvidas pelo Laboratório e ampliam a contribuição da Terapia Ocupacional a propostas com características e interesses compartilhados, que operam como experiências singulares de transformação social.
Com a aproximação aos campos das artes e da educação, encontra-se na constituição do Laboratório de Estudos e Pesquisa Arte e Corpo em Terapia Ocupacional uma proposição de trabalho que colabora para a estruturação e o fortalecimento da Terapia Ocupacional brasileira, através de uma multiplicidade de estratégias voltadas para a construção de respostas às complexas demandas da população atendida, que é afetada de forma cada vez mais expressiva pelas questões sociopolíticas do país. Estas estratégias proporcionam à profissão uma experiência articulada de ensino, pesquisa e extensão universitária, que se coletiviza e cria condições para o desenvolvimento de um conhecimento local e uma inovação das ações no âmbito das universidades brasileiras.
O Programa Permanente Composições Artísticas e Terapia Ocupacional - o PACTO
Entre as ações desenvolvidas pelo Laboratório há o PACTO - Programa Permanente Composições Artísticas e Terapia Ocupacional. Trata-se de um programa didático-assistencial que nos permite atuar junto à população num processo empírico para a construção de metodologias de intervenção em terapia ocupacional, com referências básicas nos movimentos contemporâneos das Artes, da Reabilitação Psicossocial e da atenção às populações em desvantagem social.
O PACTO oferece atendimento vinculado ao Sistema Único de Saúde, de acordo com seus princípios e diretrizes. Atende a crianças, adolescentes, adultos e idosos que enfrentam problemáticas específicas - deficiências físicas, mentais ou sensoriais, desordens funcionais, transtornos clínicos, transtornos mentais e/ou psicológicos, ou situações de risco social -, e que apresentam dificuldades na realização de tarefas e atividades em seu cotidiano, enfrentando barreiras para a participação na vida sociocultural (BRASIL, 1990).
A realização deste projeto tem possibilitado a compreensão da importância de propostas contemporâneas que se situam na interface da Arte e da Saúde para populações expropriadas de suas redes de vida, pois seu desenvolvimento apresenta aberturas no processo de produção de saúde que pressupõe troca de saberes e diálogos que muitas vezes ultrapassam as fronteiras das práticas tradicionais em saúde (FOLDER, 1999 ; CANGUÇU et al., 2000).
Proposta metodológica
Pouco a pouco, transita-se por territórios de diferentes disciplinas e são inventados novos modos de compor com elas ou a partir delas, seja por parceria, interferência, contaminação ou desvio. Nessas aproximações são criadas e desenvolvidas práticas clínicas, educacionais, sociais e culturais, que buscam atingir o objetivo principal de nossa proposta que é garantir a participação da população atendida em terapia ocupacional em espaços socioculturais da coletividade urbana.
O PACTO se propõe a acompanhar grupos no desenvolvimento de projetos em artes plásticas e artes do corpo e inclui em sua metodologia de trabalho: o fazer artístico, através da instrumentalização técnica em ateliês de experimentação plástica e corporal; a atualização cultural, por meio de passeios e visitas a eventos da cidade; e a divulgação das produções realizadas, através de exposições e feiras, abrindo assim, mais uma forma de engendrar a participação destas pessoas e seus trabalhos no circuito sociocultural (PILLAR; VIEIRA, 1992; BARBOSA, 1998).
A relação com o universo das produções culturais possibilita o contato com novas formas de sensibilidade disponíveis ao coletivo, que podem orientar cada um em sua própria experimentação no enfrentamento dos desafios que o mundo contemporâneo coloca.
As atividades artísticas desenvolvidas no PACTO são compreendidas como construções capazes de acolher e dar forma a vivências singulares que extravasam e tensionam os limites hegemônicos de entendimento e de elaboração na linguagem verbal, possibilitando outras formas de expressão. Por isso, estas manifestações, circunscritas ao âmbito das atividades e produções humanas, embora oriundas do campo da Saúde e das práticas clínicas, tocam as fronteiras das Artes e se configuram como fato cultural. Busca-se ampliar o universo de relações dos sujeitos atendidos, enriquecer o cotidiano, redefinir papéis sociais promovendo a constituição e convivência grupal e a circulação social. Para que isto ocorra, nossas ações práticas se dão também no território da cidade, favorecendo novas maneiras de estar e de existir nos processos sociais com as deficiências, doenças ou desvantagens sociais (CASTRO, 2000; LIMA, 2003, 2005; INFORSATO, 2005). 
As pessoas envolvidas e o atendimento realizado
Os grupos atendidos no PACTO apresentam constituições heterogêneas, formadas, não a partir de uma marca diagnóstica ou social, mas de acordo com interesses e necessidades singulares das pessoas e relacionadas ao processo de trabalho grupal em desenvolvimento. A intenção é engendrar com os participantes a potência de uma composição heterogênea que evita anular ou achatar as diferenças, direcionando-as para que elas sejam motores de encontro e pertença social.
A capacidade de atendimento faz com que se priorize o atendimento de pessoas de baixa renda, considerando entre outras coisas, a dificuldade de acesso dessas pessoas a serviços de atenção à saúde. Assim, a população atendida pelo projeto caracteriza-se por um perfil sócio-econômico, com carência de diversas ordens: problemas de moradia, de transporte, dificuldade de acesso à escola, ao mercado de trabalho e às redes de convivência em geral. Os participantes chegam ao projeto encaminhados por equipamentos de saúde e de cultura, por profissionais de diversas áreas, ou por busca espontânea. A procura pelo programa se dá pela necessidade de atendimento em terapia ocupacional; pela busca de lugares de convivência; pela tentativa de encontrar espaços de aprofundamento técnico e de experimentação em linguagens plásticas e corporais.
O processo de atendimento do PACTO se inicia por uma entrevista inicial, na qual se explora os aspectos da história de vida e do cotidiano, as experiências anteriores com atividades, bem como a história clínica e as redes de sociabilidade que a pessoa possui e sua demanda atual para este programa. Quando a demanda de atendimento não pode ser respondida pelo projeto, a equipe busca encaminhar os sujeitos segundo as necessidades observadas e apresentadas. Já localizada a pertinência ao projeto, a pessoa é convidada a conhecer e participar de um dos grupos do PACTO e, se necessário, são organizados atendimentos individuais que buscam prepará-la para a participação nestes grupos.
As ações desenvolvidas nesses grupos criam fendas no tecido social e buscam produzir novas linhas de conexão para o exercício da vida. O programa atua numa perspectiva global em relação às várias dimensões da vida dos sujeitos, e a saúde passa a ser entendida como produção, conexão e re-conexão às redes de vida, o que implica uma multiplicidade de intervenções e ações que vão além da reparação do dano ou do genérico bem-estar físico-psíquico-social.
Além dos grupos de atividades artísticas e culturais, construiu-se a Rede de Sustentação, com acompanhamento terapêutico, atendimentos individuais e familiares, cujo objetivo é viabilizar e sustentar aos participantes, com demandas clínicas específicas, o acolhimento de suas singularidades nos grupos e nas atividades do PACTO. É também objetivo do trabalho na Rede de Sustentação acompanhar os participantes na inserção em projetos artísticos e culturais oferecidos pela comunidade, tais como, Museus, Oficinas e Escolas de Arte. Desta forma, o PACTO visa constituir-se em um lugar intermediário entre os espaços clínicos e o campo sociocultural mais amplo, no qual os usuários possam encontrar uma rede de convivência e formação em arte (CASTRO et al., 2005).
Como um projeto orgânico e flexível que vai ganhando formas a partir das necessidades dos sujeitos atendidos, esta proposta de atenção foi se desenhando do seguinte modo: entrevistas iniciais, triagem e avaliações terapêuticas ocupacionais; atendimentos grupais em atividades artísticas - Ateliês Experimentais, Pacto Crianças, Pacto Trabalho, Pacto Exposição, Pacto Passeio/Atividades Culturais; atendimentos individuais na Rede de Sustentação (CASTRO et al., 2005).
Para atender as problemáticas complexas e graves de muitos dos usuários do programa, a eles é oferecida a oportunidade de participar de mais de uma das modalidades de atendimento, visando um atendimento clínico de maior intensidade. Um mesmo usuário pode, por exemplo, ser atendido individualmente, participar de um grupo semanal do PACTO e ainda participar do PACTO passeio/ atividades culturais.
De forma bastante artesanal, quando necessário, projetos de vida são elaborados conjuntamente com cada usuário ou com suas famílias, com investimento na construção dos direitos e da cidadania, na atenção aos trajetos da afetividade e reconstrução de histórias de vida. Os terapeutas ocupacionais do programa têm a função de interlocutores e mediadores entre os usuários e os espaços sociais, criando as condições necessárias para, parafraseando Safra (2004), "o acontecer humano na época atual".
Neste sentido, além da atividade assistencial, o Programa tem também o objetivo de formar profissionais para atuar no trabalho e ensino dos temas das artes e do corpo, no acompanhamento de pessoas e na mediação e interlocução dessas com o corpo social, o que implica uma formação múltipla e interdisciplinar, composta por conhecimentos do campo das artes, da terapia ocupacional e da educação, além de uma constante invenção de estratégias para a construção da participação sociocultural.
Disto decorre que, além dos atendimentos aos sujeitos, o Laboratório realize atividades diversas de acompanhamento de estudantes de graduação e bolsistas - através de supervisões, reuniões, grupos de estudos - e de divulgação dos trabalhos realizados para a comunidade científica e para outros grupos sintonizados com a importância desta experiência desenvolvida na Universidade de São Paulo.

Perspectivas
Ao realizar um trabalho processual, de construção contínua, os profissionais do Laboratório de Estudos e Pesquisa Arte e Corpo em Terapia Ocupacional têm provocado tensionamentos e promovido aberturas nos espaços artísticos e culturais do próprio território para que a população atendida nas redes de saúde sejam também neles recebida. Instauram-se possibilidades de enfrentamento dos processos de homogeneização das diferenças, agindo sobre as tendências históricas e culturais de institucionalização e desvalorização que acompanham e produzem marcas, enfraquecendo as vidas dos sujeitos. O trabalho constituído na interface entre a terapia ocupacional e as artes, gera potência ao deslocar a clínica para o campo da invenção e produzir novos agenciamentos para os técnicos e para os usuários. A aposta é que novas sociabilidades e novas formas de resistências aos processos de exclusão possam ser engendradas a partir desta proposta.
No âmbito da Graduação e das atividades científicas, nossos objetivos são: estruturar o Laboratório de Estudos e Pesquisa Arte e Corpo em Terapia Ocupacional para o desenvolvimento e a continuidade de pesquisas e da produção do conhecimento; dar maior consistência ao programa didático-assistencial aprofundando estudos teóricos e reflexões das práticas realizadas; organizar e fortalecer as ações práticas desenvolvidas; e divulgar as produções nos meios científicos e culturais para que as transformações do trabalho realizado possam multiplicar-se nos campo das Artes, da Saúde e da Educação.
Como perspectivas para este trabalho pode-se apontar: o investimento na formação de terapeutas ocupacionais especializados no atendimento na interface arte-saúde; a ampliação e estruturação do conhecimento da equipe profissional para as ações nesta interface; o desenvolvimento de convênios, parcerias, cooperações que garantam o acesso aos serviços oferecidos pela comunidade; a ampliação da captação de recursos financeiros para garantir a sustentabilidade e o crescimento deste Programa.
Trata-se de um compromisso coletivo com a vida, em sua potência de multiplicidade e variação, com profissionais de saúde, educadores, artistas, estudantes e usuários de nossos serviços.
Fonte de pesquisa:
Áreas do Conhecimento

Pensar sobre a área do conhecimento que quero aproximar das artes visuais, é difícil e por muitos dias refleti sobre o que a arte poderia nos trazer em relação a outras disciplinas ou até mesmo outras áreas especificas, mas para que este pensamento? Perguntei-me...  E cheguei à conclusão de que a Arte vai muito mais além do que uma simples disciplina do currículo escolar, a arte é vida, é saúde, é bem estar, é sentimento, é prazer e muitos outros. Então pensei numa aproximação com a área da saúde de pessoas especiais, pois o processo criativo de se fazer Arte é muito prazeroso e poderia sem dúvida aliviar tensões, angustias e sofrimentos, mas qual o público trabalhar já que a saúde abrange muitos segmentos então pensei em trabalhar especificamente com crianças especiais, deficientes físicos, altistas dentre outros, com pinturas e desenhos na Associação dos Deficientes Físicos de Tarauacá.
TRANSDISCIPLINARIDADE


Inês Maria de Almeida
Professora da Universidade de Brasília

Quem teria imaginado, por volta de 1900, que em cinquenta anos saberíamos muito mais e compreenderíamos muito menos? Einstein, 1954

Neste módulo, propusemo-nos a trabalhar com vocês a disciplina Teorias da Educação reconhecendo que, em qualquer área de conhecimento precisamos fazer “recortes” para a compreensão dos fenômenos estudados. Certamente é a demarcação teórica o maior desafio da construção e produção de um novo conhecimento. Assim sendo, as opções, sobretudo epistemológicas, serão absolutamente decisivas e determinantes do direcionamento que será dado ao processo.
A figura de linguagem utilizada permite reconhecer que, muitas vezes, ao tecer teoricamente um trabalho, é fundamental a clareza de seu horizonte, de sua intencionalidade, definir e produzir alternativas que, por vezes, precisam ser construídas ou (re) construídas no processo, enfim, nortear nossos passos, ser fiel ao compromisso teórico assumido e à determinação para realizar a proposta.
Nesta perspectiva, colocou-se no horizonte deste módulo o paradigma da Complexidade de Morin (1998), conceituando-o a partir das combinações subjacentes ao pensamento científico em todos os setores, combinações estas entre ordem e desordem, acaso e necessidade, ou seja, o interessante é que essa combinação, essa dialógica, constitui a própria complexidade. Complexus = aquilo que é tecido junto (215).
Em outras palavras, a complexidade é o que decorre do paradigma-sistema, nomeado como complexo justamente por unir noções que se excluem no âmbito do princípio de simplificação/redução. Para isso, pressupõe o desafio de se trabalhar com a incerteza, incerteza essa incitadora do pensamento complexo, pois nunca haverá uma palavra- chave, uma fórmula que comande o universo.Complexidade é pensar o uno e o múltiplo, o certo e incerto, o lógico e contraditório, em resumo é a inclusão do observador na observação, que Morin (1998) assim descreveu:
(...) temos de reconhecer o campo real do conhecimento. Ele não é o objeto puro, mas o objeto visto, percebido e co-produzido por nós. O objeto do conhecimento não é o mundo, mas a comunidade nós-mundo, porque o nosso mundo faz parte da nossa visão do mundo, que faz parte do nosso mundo. Em outras palavras, o objeto do conhecimento é a fenomenologia e não a realidade ontológica. Essa fenomenologia é a nossa realidade de seres no mundo (p. 205).
Desse modo, a complexidade inscreve-se muito mais na ordem de desafio do que de resposta, ou seja, trabalhando com a incerteza, fazer e re-fazer o trabalho, quantas vezes for necessário, pois o objetivo do conhecimento não é descobrir o segredo do mundo, mas dialogar com o mistério do mundo.
Ao ser assim conceituado, torna-se evidente que não existe um paradigma de complexidade no mercado, pois esse busca tão somente incitar a estratégia/inteligência do sujeito considerar a complexidade da questão estudada. Incita,nas palavras de Morin (1998), a distinguir e fazer comunicar em vez de isolar e de separar, a reconhecer os traços singulares, originais, históricos do fenômeno em vez de ligá-los pura e simplesmente a determinações ou leis gerais, a conceber a unidade/multiplicidade de toda entidade em vez de a heterogeneizar em categorias separadas ou de a homogeneizar em indistinta totalidade. Incita a dar conta dos caracteres multidimensionais de toda realidade estudada (p. 334).
A referência ao caráter de multidimensionalidade da realidade remete à questão também eminentemente epistemológica da interdisciplinaridade, que se impôs no período histórico da chamada Pós-Modernidade, mas que Morin (1998), considera estar atualmente sendo superada pela noção da transdisciplinaridade, pois a ciência nunca teria sido ciência se não tivesse sido transdisciplinar (p. 136).
A partir desta noção, o autor nos remete ao percurso da história da ciência caracterizado por grandes unificações transdisciplinares sob a chancela de nomes como, por exemplo, Newton, Einstein, de filosofias subjacentes tais como o empirismo, positivismo ou até mesmo do que chamou de imperialismos teóricos (marxismo, freudismo). Muitas vezes, em nome de princípios transdisciplinares ocorreu o enclausuramento de disciplinas, por isso concordou-se que talvez mais importante do que o fazer transdisciplinar seja interrogar-se sobre que transdisciplinar é precisofazer? (Morin, 1998, p. 136).
Nesta perspectiva, na questão que transdisciplinar é preciso fazer? de imediato ressalta-se a incapacidade dessa questão ser respondida pelo paradigma no qual tem-se sustentado o nosso conhecimento científico, uma ciência que ao se basear na exclusão do sujeito, subtraiu também a condição de reflexão. A questão mais fundamental passa a ser então, o retorno dosujeito, que na verdade está na ordem do dia, pois em nossas observações, por mais objetivas que sejam, sempre entra um componente subjetivo.
Além do mais, neste pensar/repensar o saber, um saber que não mais se contém em pequena quantidade como em séculos passados, mas numa verdadeira proliferação e dispersão de conhecimentos, torna-se imprescindível recuperar a noção de Khun (1975) de que o desenvolvimento da ciência não se efetua por acumulação dos conhecimentos, mas por transformação dos princípios que os organizam.
A transformação dos princípios que levaram às visões fragmentadas e aos diversos tipos de dicotomia constituídos historicamente como: sujeito x objeto, teoria x prática, objetivo x subjetivo, ciências puras x ciências aplicadas levaram à ruptura desse modelo e em conseqüência às profundas alterações na produção do conhecimento, na aproximação dos mais amplos campos do conhecimento, avançando da interdisciplinaridade para a transdisciplinaridade.
Este módulo subscreve-se em uma outra ordem de atitude interdisciplinar, na via da possibilidade de ser exercida inclusive, ou até mesmo, no âmbito de uma única disciplina científica. Na medida em que um especialista se aprofunda em seu campo de conhecimento, tanto supera os mitos das visões fragmentadas e/ou dicotômicas mais radicais, quanto capta, percebe e compreende as relações também radicais entre diversas disciplinas (Pereira, 1998, pp. 331-332).
Este desiderato teórico permite entender a disciplina Teorias da Educação inscrita também na nova transdisciplinaridade, que permite a comunicação entre os vários domínios das ciências sem mutilá-los, ir do conhecimento físico ao social, ao psicológico e também antropológico. Todo conhecimento depende de nosso espírito e cérebro de homo sapiens, de enraizar o conhecimento numa cultura, sociedade, história e humanidade, de provocar a comunicação entre as ciências e só a ciência transdisciplinar é que poderá desenvolver-se a partir dessa comunicação, dado que um conhecimento remete ao outro. É a comunicação com base em um pensamento complexo, aquele que convida a pensar, não como a palavra-mestra que tudo vai explicar, mas a palavra que vai despertar e levar a tudo explorar, enfim, que vai da inter para a transdisciplinaridade.
Recuando um pouco vemos que aquilo que faz o homem progredir não está na afirmação, mas na abertura de visão, no território do olhar e principalmente na maiêutica que cultiva a arte socrática do questionamento.
Da Declaração de Veneza (1886), base da transdisciplinaridade: o estudo simultâneo da natureza e do imaginário, do universo e do homem, poderia assim nos aproximar mais do real e permitir que enfrentemos melhor os diferentes desafios de nossa época.